A Triumph é uma empresa privada britânica de motos que conta com mais de 100 anos de história. A marca inglesa sempre teve um caráter muito próprio e distinto e isso deveu-se à criação de motos que se tornaram autênticos clássicos do motociclismo mundial. Saiba um pouco mais acerca da história da Triumph e conheça alguns dos modelos que apaixonaram gerações inteiras.
A Triumph nasceu em finais do século XIX (1883) após a mudança do alemão Siegfried Bettmann para Coventry, na Inglaterra. O empresário, que até então comercializava máquinas de costura, ficou impressionado com o aumento do número debicicletas naquele país e também resolveu entrar nesse negócio. Inicialmente, as bicicletas tinham o nome de “Bettmann” mas, mais tarde, o nome foi alterado para Triumph, por ser um nome de fácil reconhecimento em toda a Europa. Nesta fase, em 1887, o principal investidor de Bettmann era John Dunlop que foi o primeiro a comercializar, com sucesso, a invenção do pneu (Scot, RW Thompson foi o inventor). Por outro lado, nesse mesmo ano, o engenheiro alemão Mauritz Schulte junta-se à Triumph e convence Bettmann que a empresa deveria criar os seus próprios produtos.
A primeira moto da Triumph foi projetada por Mauritz Schulte no ano de 1902 e ficou conhecida como a N.º 1. Tratava-se de uma moto com 2,25 cv, um motor Minerva belga com válvula de admissão automática e bateria/bobina de ignição montada no quadro de bicicleta. A marca inglesa começa a contar a sua idade a partir desta data, apesar de ter começado a funcionar alguns anos antes.
Depois de ter lançado o seu primeiro veículo de duas rodas, a Triumph abriu, no ano seguinte (1903), uma filial na Alemanha para lá construir e vender as suas motos. Nesta fase, os motores são JAP (as iniciais de James A. Prestwich) e a marca inglesa vende mais de 500 motas nesse mesmo ano. Nos anos seguintes, a Triumph desenvolveu e aperfeiçoou novos modelos e mecanismos para as suas motos, fazendo com que a marca inglesa fosse uma das mais populares e produtivas no início do século XX.
Durante a I Guerra Mundial, o governo de Inglaterra designou à Triumph a missão de equipar o exército britânico. A marca inglesa construiu um modelo exclusivo, conhecido como modelo H e este tinha a responsabilidade de ajudar os soldados a chegar à frente do campo de batalha. Nesse período, a marca britânica produziu cerca de 30.000 exemplares para as forças aliadas na I Guerra Mundial.
O modelo H da Triumph foi introduzido no ano de 1915 e foi projetado por Mauritz Schulte. Foi inspirado no modelo A e tinha um motor de quatro tempos com 550 cc, uma transmissão por corrente e uma caixa de velocidades Sturmey-Archer de três relações. Esta moto ficou conhecida como a “Triumph trusty”, graças ao seu desempenho e fiabilidade.
Nos anos 20, Mauritz Schulte saiu repentinamente da Triumph e o ambiente na empresa ficou muito mais agitado. Os tempos difíceis que se seguiram, como a Grande Depressão, não ajudaram e tornaram pior aquilo que já era mau. Para ultrapassar esta situação, a marca britânica começou a produzir motos mais populares e acessíveis.
Em 1925, a Triumph lançou o modelo P e este foi um verdadeiro sucesso comercial devido ao seu baixo custo, cerca de 49 euros/117 reais. O modelo P era monocilíndrico, tinha 500 cc, transmissão por corrente e uma engrenagem de três velocidades. Este exemplar também foi comercializado com sidecar e, nos finais dos anos 20, a sua produção chegou às 30.000 unidades. A Triumph vendeu em massa este modelo, mas os proprietários ficaram dececionados com a fraca qualidade de construção e, à conta disso, a reputação da empresa foi prejudicada.
Em 1937, sob o comando de Jack Sangster, a Triumph lançou um modelo que se tornaria um ícone anos depois: a Speed Twin. Esta moto ficou conhecida como Tiger 100 e foi a maior referência na construção de motos até aos anos 80. Na época, este modelo tinha um motor de 498 cc, pesava cerca de 166 kg e era capaz de andar 145 km/h, feito esse que a Honda só conseguiu atingir em 1969, com a CB 750. Na época, o modelo de dois cilindros da Triumph bateu todos os recordes de vendas e obrigou os outros fabricantes a inovar e a lutar entre si para vender os seus modelos de um cilindro.
Quando a II Guerra Mundial começou (1939), a Triumph construiu uma moto leve de dois cilindros e de 350 cc para uso militar. No entanto, a fábrica que estava na Priory Street foi completamente destruída num ataque aéreo a Coventry, o que obrigou à mudança provisória de instalações para Warwick. Mais tarde, com a ajuda do governo, foi construída uma nova fábrica em Meriden, Inglaterra. Foram produzidas novas motos, como a 3HW de um cilindro e de 350 cc para as forças armadas, contribuindo assim para o esforço de guerra. No total, durante a II Guerra Mundial, a Triumph vendeu mais de 50.000 motos às forças militares.
Os anos 40 também marcaram a entrada da Triumph nos Estados Unidos, algo que ocorreu após os norte-americanos terem ficado impressionados com o desempenho da Speed Twin (T100).
A Triumph entrou na década de 50 com uma gama muito forte de motos de dois cilindros de 350, 500 e 650 cc e estas atendiam às preferências da maioria dos moto riders. Neste período, a Triumph vende mais motos nos Estados Unidos do que em qualquer outro mercado e produziu inúmeros modelos que foram um autêntico sucesso de vendas.
Em 1954, o piloto Johnny Allen bateu o recorde de velocidade de uma moto e atingiu 343 km/h na pista de Bonneville Salt Flats. Este feito foi conseguido com o protótipo de uma T110 de 649 cc. Cinco anos mais tarde (1959), a Triumph adicionou um carburador duplo à T110 e realizou pequenos ajustes em relação ao seu motor. Criou assim a moto mais famosa de todos os tempos da Triumph: a T120, que foi batizada de Bonneville, em comemoração ao feito de Allen. A Bonneville fez sucesso tanto em Inglaterra como nos Estados Unidos, vencendo as principais competições desportivas com os modelos TT e Daytona.
Nos finais dos anos 60, a Triumph atingiu o pico máximo da sua produção, isto é, mais de 46.500 unidades vendidas por ano. Este sucesso de vendas devia-se à qualidade dos seus modelos principais e ao desempenho que apresentavam no asfalto e em pista. No entanto, a partir da década de 70, a Triumph e outras marcas britânicas, como a Norton, a BSA e a AJS, passaram a sentir a forte concorrência dos fabricantes japoneses e passaram por muitas dificuldades. Com a intervenção do governo britânico, uma nova companhia foi formada em 1973: a Norton-Villiers-Triumph, mas isso não impediu que a fábrica de Meriden fechasse 10 anos depois.
Quando a Triumph parecia condenada a acabar, apareceu em cena o milionário John Bloor que comprou o nome e a propriedade intelectual da marca e fundou uma nova empresa privada: a Triumph Motorcycles Ltd. A marca reergueu-se graças a um plano sólido de investimentos de longo termo e um programa de desenvolvimento de novos modelos. A partir de 1985, a fabricante de peças Racing Spares, sob licença de Bloor, produziu a Bonneville USA, com o intuito de manter a marca em atividade. Estas alterações permitiram que a marca inglesa se tornasse mais competitiva nas pistas e no asfalto e isso permitiu reforçar a sua posição no mercado face às investidas e desenvolvimento das marcas japonesas.
A construção da nova fábrica começou em 1988, em Hinckley, e foi lá que a Triumph construiu e desenvolveu vários tipos de motos com motores de última geração, de três e quatro cilindros, dotados de toda a tecnologia das motos japonesas e com o estilo e a elegância das motos europeias.
No início dos anos 90, a marca britânica lançou novos modelos com o intuito de recuperar o terreno perdido para os fabricantes japoneses. Destacavam-se as motos Trident 750 e 900 Triple, a Trophy 900 Triple e 1200F e a Daytona 750 Triple e 1000F, de 750 a 1200 cc, que utilizavam o mesmo quadro e motores modulares. A crítica foi bastante positiva, uma vez que estes modelos surpreenderam pela positiva toda a comunidade motociclística.
Atualmente, a Triumph é uma das marcas de motos de referência no motociclismo mundial nos vários segmentos existentes. A sua oferta é rica e variada e a prova disso mesmo é a produção de mais de 350.000 motos na era moderna. Em 2008, a marca britânica vendeu mais de 48.000 unidades, fazendo desse ano o maior ano de vendas da sua história. Todos os anos, a Triumph continua a produzir motos modernas extraordinárias como a Speed Triple R, a Street Triple e a Daytona 675, continuando assim a escrever a sua história.
A Triumph Daytona 675 SE é apenas um dos muitos exemplos dos vários modelos de sucesso que a marca inglesa tem construído para os seus apreciadores. Para muitos motociclistas, esta moto superdesportiva é a mais bem concebida de sempre da marca inglesa. A designação SE significa “Special Edition” e esta versão difere da original, Daytona 675, apenas na decoração e na pintura. Este modelo tem uma potência de 126 cv às 12.600 rpm e é uma excelente opção para todos os moto riders que procuram uma moto exclusiva.